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"Eram quase meio dia, no lado escuro da vida..." (CAZUZA) Os minutos continuam passando, horas, dias... A velocidade é o que realmente assusta. A aceleração é permanente desde a infância. O pedal travou no máximo, não alivia. Os freios não funcionam. Nunca funcionaram, aliás. Motivos para tentar freio motor sobram. Sempre sobraram, assim como a teimosia em aceitar isso. Coragem, medo, desilusão, esperança, todas essas coisas fúteis, desapareceram. Apenas os pesadelos, intensificados, ficaram. Sem qualquer alívio, como se já não fossem ridiculamente aterrorizantes. Sua fé, que jamais deveria ter sido semeada ou cultivada, foi brutalmente extirpada, tolhida, por aqueles que deveriam lhe servir de esteio e amparo. A solidão, outrora angustiante, hoje é reconfortante. A ilusão de acreditar deu espaço ao ceticismo cortante, destilado. Hoje tem consciência de não fazer a menor importância quão esforçado seja para dar e fazer o seu melhor para ser aceito por aqueles a quem quer bem
  Quando foi? E do nada, deixamos de lado nossos sonhos e esperanças, nossos projetos simplesmente deixaram de existir... Deixamos de procurar por novas tendências, estagnamos no tempo... A arte deixou de ser algo importante, estávamos mais preocupados com o aqui e agora... Ficamos "sem tempo, irmão", para conhecer aquela banda diferente que nos sugeriram, assistir àquele curta-metragem obscuro que nos apresentaram ou para prestigiar aquela exposição - de fotografia ou pintura - que acontecia esporadicamente em nosso quintal... A conversa amistosa e calorosa deu lugar à fria "existência" recôndita em nosso frio e calado sofrimento... Afinal, sofre apenas quem é fraco, não é? O abraço caloroso que dávamos uns nos outros e que nos movia adiante, até isso nos foi tirado! Quando foi que envelhecemos?

Reativando

Voltei a escrever algumas coisas... Em breve publico!

Quebra-cabeças

Desde a mais tenra idade, somos literalmente testados, e inseridos no processo de desconstrução humana.... Por que isso acontece? Ninguém sabe ao certo dizer, porém, do que temos certeza é que algumas coisas nos são predestinadas... Sofremos com decepções, muitas vezes em nosso âmago familiar... Como brinquedos novos em mãos de crianças mimadas, vemo-nos sendo dilacerados, destruídos, desmontados... Pouco a pouco, começamos a entender que precisamos tentar recolher parte, pelo menos, das peças que nos foram retiradas... Às vezes, em meio a tais peças, vem peças de outros tantos "brinquedos".... E aí, começa esta fábula.... Ao sermos encontrados, aos poucos, as peças começam a ser encaixadas novamente em cada um de nós... DETALHE: A criança que com cada um de nós brinca, ou o adulto que a ajuda no processo de montagem, observa que algumas peças são desnecessárias, e que outras tantas faltam... Recorrem então ao seu estoque infindável de peças coletadas de outro

TEMORES

tenho medo de mim... tenho medo das coisas que estão acontecendo ao meu redor... tenho medo da volatilidade dos fatos... tenho medo da inconstância das pessoas... temo severa e agudamente, minha própria essência auto-destrutiva temo meus algozes, o maior deles, eu mesmo... temo andar por entre tênues linhas por tanto tempo e simplesmente cortar-me com a aguda lâmina que separa tais linhas... temo estar sendo perene, em um multiverso estéril.... bem como temo tentar fecundar enquanto tardia seja a escolha... temo estar sendo abusivo, ortodoxo, ou mesmo pré-conceituoso.... julgando meus semelhante tanto quanto sou julgado. temo estar sendo apenas mais um da manada, em meio à multidão... temo ver meus sonhos de infância, sejam eles beligerantes ou não, perdidos, extraviados, como parte desconexa de uma realidade qualquer... temo ver meus devaneios servindo de piadas para quem não consegue ver um palmo diante do seu nariz.... temo ver minhas realizações sendo ofuscadas por tant

SOLIDÃO

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Tantas vezes, a solidão é companheira. Outras tantas, nos faz cativos. Ficamos cativos de nossos desesperos, ansiedades e alegrias. Por não ter a quem recorrer, agarramo-nos às pessoas que nos são queridas, causando aborrecimentos e dores a elas. Sim, quem nos quer bem, sente nossas dificuldades, preocupa-se conosco. É doloroso aos nossos amigos ver nossas dificuldades, nossas angústias, acompanha r nosso desespero, da mesma forma que nossa alegria é contagiante e nossas vitórias fazem com que facilmente se emocionem. Ao mesmo tempo, é doloroso demais ser um entrave na vida dos amigos, saber que além de terem os seus próprios problemas, muitas vezes queremos sobrecarregá-los com os nossos. A transição pela qual passo, faz-me ver a vida com outros olhos. Outrora, teria me entregue, hoje, absorvo, cheio de dores, mas enfrento de cabeça erguida. Eu sei que é mais uma etapa do meu crescimento acontecendo. Não abro mão de jeito nenhum da liberdade que hoje tenho, e jamais pedirei a ni

DEFICIÊNCIAS

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DEFICIÊNCIAS Bastante difícil iniciar um texto nelas baseado, sem que o mesmo não soe pejorativo. Todos nós temos nossas deficiências, em alguns de nós são gritantes, em outros, mais amenas. Uns apresentam deficiências físicas, as quais algumas vezes podem ser sobrepujadas, combatidas, com muito esforço, dedicação e paciência, tanto da parte do deficiente, quanto de seus amigos e familiares. Outros têm deficiências menos aparentes, porém, mais graves, as comportamentais. Somos deficientes para compreender e aceitar as diferenças singelas que nos fazem singulares, únicos. Também somos deficientes para suplantar nossas mágoas, abandonar velhos e torpes hábitos e estender ao nosso próximo, seja amigo ou não, a mão caridosa da qual o mesmo tanto necessita. Temos deficiência em aceitar as limitações que nos são impostas pela vida, seja financeira ou espiritualmente. Somos mesquinhos a ponto de não entender e aceitar os planos e propósitos do Grande Criador para nossas v